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SOBRE NÓS - 

A História da Pousada Quatro Estações

 Posso me referir à cidade de Paraty como uma velha conhecida! Meu encanto com a cidade começou em 1985 quando costumava frequentar o Centro Histórico e acampar na praia do Jabaquara assim como desfrutar das belas praias e cachoeiras, o povo acolhedor, o artesanato, a cachaça, os contos e as histórias, englobando toda a exuberância histórica e natural que a magia desse local tem para nos oferecer. Seja como turista, seja como morador. 
Em 2004 residia com minha esposa em Volta Redonda trabalhando na CSN(empresa do ramo da siderurgia) e em Julho desse mesmo ano viajei a Paraty, quando uma pessoa amiga que conhecia o meu gosto por natureza e história me indicou a visita ao bairro de Taquari. E assim fizemos, em um ônibus que tomamos na primeira oportunidade, com essa amiga e meu filho. No caminho fui me encantando com as árvores ao longo da estrada e esse encanto atingiu todo seu potencial quando chegamos às corredeiras do Rio Taquari. O prazer agradável e extremamente refrescante me convenceram. Era hora de comprar um terreno! 
Planejamos a compra do terreno ao retornar à minha cidade, um amigo que tinha uma casa no Taquari me apresentou a pessoa que poderia me vender esse terreno. 
O terreno tinha 12 x 25 metros, 300m². Cercamos e passamos a acampar bem ali, montávamos nossa barraca e ali nos deliciávamos, principalmente nos dias de verão. 
Com o emprego que eu tinha na época consegui adquirir uma Kombi e fiz um contrato de serviços pela agência dos Correios de Volta Redonda, inclusive com um motorista conhecido que realizou todo o trabalho. 
Porém, neste período vieram alguns obstáculos a serem superados. Primeiramente eu fui demitido da empresa em que trabalhava, depois de 25 anos de serviços prestados devido a uma reestruturação pela qual a empresa passava. Próximo a uma aposentadoria, a situação ficou inviável e tive que buscar outras alternativas de emprego e com o famoso processo de entregar currículo e passar por entrevistas não consegui nada que chegasse próximo ao padrão que tinha antes. 
O contrato que eu tinha com o Correio durante essa época também se foi. Com a Kombi passei a realizar pequenos fretes e os encontros religiosos na companhia de amigos foi o melhor apoio que poderia encontrar nestes tempos. Sou muito agradecido aos encontros de Cachoeira Paulista (Canção Nova). 
Com uma esposa do lar e os gastos com os filhos tivemos que reestruturar todo o nosso padrão de vida. A preocupação com o futuro da família, em garantir um bom estudo para os meus filhos e futuramente uma faculdade foi mais um desafio a ser superado. Tempos sombrios. 
O pouca da indenização, que não foi grande, mas foi o suficiente, para fazer da minha casa, uma divisão que conseguimos fazer de aluguel, gerando assim uma alternativa de renda. Tudo o que me confortava nesse momento era um Deus que jamais nos desampara e a vida dedicada a nossa fé, nossa igreja e nossa comunidade, assim como uma esposa que sempre esteve ao meu lado na caminhada e ajudando na criação dos filhos. Passei meses procurando emprego na área com a qual me identificava, metalurgia, ou melhor, técnico em mecânica (supervisor de mecânica). As oportunidades eram escassas e geralmente em cidades localizadas a quilômetros de casa. Não podia deixar minha família de lado ou levá-los a um novo lugar distante e desconhecido para começar tudo de novo, mas faria de tudo por eles. 
Voltando pra Taquari, deixamos uma barraca montada em nosso pequeno lote para que passássemos os finais de semana. Construímos uma base de concreto com um banheiro de alvenaria e montamos a barraca em cima desta base, assim tínhamos uma barraca e um banheiro. Durante um belo dia, ocorreu uma chuva muito forte com rajadas de vento que derrubou nossa barraca, fiquei inclusive sabendo por conhecidos. Ficamos bastante tristes, como não deu para aproveitar nada da barraca e ainda tínhamos um enorme desejo de desfrutar das belezas de Taquari, passamos a nos hospedar na única pousada do bairro, Estrela Dalva, a qual até hoje temos uma profunda admiração e amizade pelas pessoas queridas que ainda vivem e trabalham lá. 
Decidimos então que faríamos uma pequena casa de alvenaria, um quarto e cozinha, aproveitando o banheiro. Com uma enorme satisfação continuamos a aproveitar as cachoeiras e as praias. Foi assim que numa bela tarde de sábado começamos a notar o fluxo enorme de pessoas que entravam e saiam do bairro por conta das cachoeiras e o espírito empreendedor começou a ser colocado em ação. Pensamos em construir dois quartos para serem alugados nas temporadas e assim com uma pequena adição na renda evitaríamos de gastar o pouco dinheiro que tínhamos. 
Alguns meses depois fizemos um pequeno projeto de quatro unidades. No segundo semestre daquele ano já estávamos com uma construção em andamento. A alvenaria, chegando na altura das janelas estava começando a atrair a curiosidade de famílias que transitavam por ali, questionando se construiríamos quartos para alugar. Em especial, uma grande família perguntou se exatamente no final daquele ano já teríamos quartos para alugar e com o objetivo de atender a esta demanda demos o máximo para que a obra fosse terminada o mais rápido possível. Outras famílias apareceram e a obra foi finalizada. 

Em Dezembro de 2008 os primeiros hóspedes começaram a chegar, mas também mal tínhamos iluminação na rua e o fato de não ser asfaltada dificultava o acesso. Mesmo assim chegaram os primeiros hóspedes que hoje são considerados membros da família. Sendo assim, só temos de agradecer a Deus por ter nos proporcionado esta oportunidade e aos amigos Joaquim, Djanira, Milton, Selma e família. Deus seja louvado por eles também. Não podemos deixar de agradecer a muitas outras pessoas que estão em nosso coração. O fluxo aumentava e as pessoas divulgavam a pousada, os atrativos da região e a localização com toda a exuberância que é capaz de nos oferecer. E assim a semente da pousada começou a germinar e conforme a procura foi aumentando começamos a nos preocupar com o marketing. Buscando várias pessoas dentro da área de hotelaria tentamos adquirir informações, que foram tanto positivas quanto negativas, por parte daqueles que não reconheciam o potencial da região e assim fomos traçando os caminhos e as possibilidades. Ali eu comecei a ter uma perspectiva real de que se tratava do meu emprego e a melhor oportunidade que teria de trazer mais qualidade de vida para minha família. Recorri ao SEBRAE onde várias portas começaram se abrir e fui realizando vários cursos, entre eles o EMPRETEC que fez toda a diferença. Com os próprios recursos começamos a pensar como uma empresa. As dificuldades foram surgindo por aí... Em 2012 um novo contratempo entrou em nosso caminho com a notificação da prefeitura, dando um prazo para que a pousada fosse legalizada. Quase achamos que não iríamos continuar, mas conseguimos! Com muitas dificuldades conseguimos fazer a legalização da pousada. A estrutura da pousada foi melhorando em conjunto com o governo municipal que reconheceu o potencial da região. Melhoramos o marketing e os interessados em realizar grupos de excursões começaram a nos procurar, assim sentimos a necessidade de comprar um terreno somente para o estacionamento, inclusive para abrigar os ônibus. Nossos quartos passaram a receber uma atenção especial, onde pudemos oferecer tanto quartos econômicos como outros mais completos e confortáveis. Construímos e transformamos quartos para famílias de até seis pessoas, abrindo assim um leque maior de opções para todos os que nos procuram. E como foi falado antes, graças a melhoria estrutural por conta do governo municipal a região foi ganhando mais notoriedade. A empresa, que hoje é a nossa principal fonte de renda nos deu a satisfação de agregar valores e oportunidades para a comunidade, gerando empregos e renda ao município.

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